sábado, 23 de abril de 2011

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Foto: Divulgação/Academia Brasileira de Ciências Ampliar
Oxalaia quilombesis: dinossauro é o maior já encontrado no Brasil
Um lagarto, um crocodilomorfo e um dinossauro, o maior exemplar carnívoro do Brasil, além de novas propostas referentes a penas fossilizadas foram apresentados à imprensa na manhã desta quarta-feira (16), no auditório da Academia Brasileira de Ciências, no Centro do Rio. Elas estarão expostas a partir de amanhã, quinta-feira (17), no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

As descobertas científicas fazem parte de um volume intitulado Anais da ABC com 20 trabalhos inéditos sobre a biodiversidade do passado, tanto do Brasil como de outros países. É a primeira vez que um volume reúne participações de pesquisadores de todo o mundo sobre dinossauros e é editado e publicado em uma revista científica brasileira.

Dinossauro teria entre 12 e 14 metros
Antes da apresentação dos quatro fósseis os autores dos artigos falaram sobre a pesquisa. A paleontóloga Elaine Machado, do Departamento de Paleontologia e Geologia do Museu Nacional/UFRJ, disse que a descoberta do maior dinossauro carnívoro brasileiro, o , aconteceu por acaso.

“É como acontecem a maior parte das descobertas científicas. Foi sem querer. Eu não esperava encontrar um material tão bem conservado e fixo no local”, explicou Elaine, que coletou os restos da cabeça do espinossaurídeo enquanto trabalhava na Laje do Coringa, localidade na Ilha do Cajual, no Maranhão.

De acordo com a paleontóloga, o nome “oxalaia” é inspirado na divindade da religião africana e “quilombensis” vem da palavra “quilombo”, pois no local havia um refúgio de escravos. Além disso, o espinossaurídeo encontrado seria mais próximo dos dinossauros da mesma espécie encontrados na África do que com os brasileiros. O motivo, segundo Elaine, seria o fato da ilha estar ligada à África no passado. “O Cajual não estava totalmente separado do Brasil e esteve ligado ao continente africano. Acreditamos que foi assim que a espécie foi transportada”, disse ela.

Veja o vídeo com a apresentação da descoberta

Uma curiosidade do animal era a existência de um dente funcional seguido por dois dentes de substituição no terceiro alvéolo de ambos os lados, o que proporcionaria uma substituição muito rápida dos dentes desgastados. Os estudos indicam que o dinossauro teria entre 12 e 14 metros e massa de cinco a sete toneladas. O fóssil teria 95 milhões de anos. A causa da morte do animal não foi identificada. O animal possuía também uma vela nas costas, que poderia servir como atrativo sexual, para a regulação de calor ou impressionar um adversário.


Foto: Divulgação/Academia Brasileira de Ciências Ampliar
Penas fossilizada do Araripe: corrida para descobrir quem era seu dono
Penas de 100 milhões de anos
Raridade entre os exemplares de fósseis por conta de sua fragilidade, três penas sem a estrutura desenvolvida para o voo foram encontradas na Bacia do Araripe, no nordeste do Brasil. O achado indica a existência de animais emplumados não voadores, como dinossauros terópodes (bípedes e carnívoros) não avianos ou aves que tenham perdido secundariamente a capacidade de voar. “Em 2009 levei alunos para o Araripe em busca de fósseis quando uma aluna encontrou duas penas”, contou Juliana Sayão, da Universidade Federal de Pernambuco (CAV/UFPE). A descoberta gera expectativas sobre novos registros que revelem as espécies donas das penas.

Um novo lagarto da era dos dinossauros
William Nava, do Museu de Paleontologia de Marília, no interior de São Paulo, encontrou no final de 2004, na região de Presidente Prudente, pequenos ossos de coloração esbranquiçada, constituindo o primeiro registro de formas primitivas de aves no Brasil. Um ano depois, William encontrou um minúsculo fragmento ósseo com o que pareciam ser dentes.

Tratava-se de um fóssil do maxilar esquerdo, com cerca de sete dentes preservados e aproximadamente sete mm de comprimento. Este é o segundo material craniano de uma espécie primitiva de pequeno lagarto do Cretáceo Superior do Brasil, conhecido como Brasiliguana prudentis, muito raro em registros na América do Sul. “O fóssil do lagarto foi encontrado em 2005 e provém da Bacia do Bauru, uma região muito importante pelo seu conteúdo fossilífero. A importância do achado é por se tratar de um animal muito pequeno e, por isso, difícil de encontrar. Acredito que em vida teria entre 15 e 20 centímetros de comprimento”, comentou empolgado o paleontólogo.

Novo gênero de jacaré homenageia professor
Além das quinze espécies já conhecidas de jacarés do período Cretáceo Superior do Brasil, um novo tipo foi descoberto em um ramal ferroviário entre as cidades de Presidente Prudente e Pirapozinhho, no sudoeste de São Paulo. O crocodilomorfo é da família dos peirossaurídeos, conjunto de animais com feições cranianas e dentes peculiares. Ele foi batizado de Pepesuchus deiseae, em homenagem ao professor José Martin Suárez, conhecido como Pepe, geógrafo da Unesp que auxiliou nas coletas de fósseis na região de Presidente Prudente.

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